Compositor: Avu Barazono
Vamos fazer o papel mais importante
O papel que é mais triste e mortal do que qualquer outro
Mesmo no final deste mar quadrado, as formas das pessoas mudam
Até esquecemos coisas tão simples como brincar
Todos nós somos pássaros em gaiolas
Sonhando com o dia em que vamos escapar
Naquele momento em que chegamos tão perto
Ficamos perplexos diante do vasto céu
Misterioso
Vamos dar-lhe um nome e dar-lhe paz de espírito
Você é o enigma que ninguém pode decifrar
Mesmo que você fuja para além das estrelas cruzando constelações
Você permanece inesquecível para o corpo, não é, não é?
Neste país sem relógio
Nesta cidade onde ninguém é necessário
Um sol azul que lança neve quente, uma mentira
Sem janelas, portas ou paredes
Um pássaro de plumagem imaginária
Sem enganos, sem respostas
Vagueando livremente em direção à liberdade
Misterioso
Esticando suas asas enrugadas, você as faz vibrar e se proteger
Sendo abraçado por uma doçura enganosa, você se lança para o alto
Ruminando no canto, os grilos adormecem
As águas calmas refletem os deuses nadando
Respirações vagas rastreiam seus passos
Dissipando as cortinas da resignação com respingos de spray
Em um crepúsculo amoroso
As asas rasgadas acreditavam em voar com penas
Maldições são desejos
As preces são tatuagens
Um gesto de afeto
Misterioso
Deuses, budas e demônios podem ser amigos
Mesmo que não tenhamos nenhum, eu sou misteriosa
Você é o meu mistério
Agora, vamos fazer o papel mais importante